Olá, pais! Sou o Dr. Marcus Tiago Gnata, ortopedista pediátrico, e sei que muitas dúvidas podem surgir quando se trata da saúde musculoesquelética dos seus filhos. Pensando nisso, preparei este artigo com 10 perguntas frequentes que ouço no consultório, acompanhadas de minhas respostas. Espero que ajude a esclarecer algumas das suas preocupações!
1. É normal meu filho andar na ponta dos pés?
Em crianças pequenas, andar na ponta dos pés pode ser uma fase do desenvolvimento. No entanto, se essa forma de andar persistir após os 2-3 anos de idade, for unilateral, acompanhada de rigidez ou outros sintomas, é importante uma avaliação para descartar causas como contraturas musculares ou problemas neurológicos.
2. Meu filho reclama de dor nas pernas à noite. São as “dores de crescimento”?
As dores de crescimento são reais e comuns, geralmente ocorrendo à noite, nas coxas ou panturrilhas, e não estão relacionadas à atividade física do dia. No entanto, dores muito intensas, que ocorrem durante o dia, em locais específicos ou acompanhadas de outros sintomas (como inchaço ou vermelhidão) precisam ser investigadas.
3. O pé plano do meu filho precisa de tratamento?
A maioria dos bebês e crianças pequenas tem pés planos flexíveis, onde o arco aparece quando não estão apoiando o peso. Esse tipo geralmente se corrige sozinho com o crescimento e não causa problemas. O tratamento só é considerado em casos de pé plano rígido, doloroso ou associado a outras alterações.
4. Meu filho vive caindo. Isso pode ser um problema ortopédico?
Quedas ocasionais são normais na infância. No entanto, quedas muito frequentes, desajeitamento motor significativo ou dificuldade para acompanhar outras crianças nas atividades podem indicar problemas de equilíbrio, fraqueza muscular ou outras questões ortopédicas ou neurológicas que merecem avaliação.
5. A postura do meu filho me preocupa. Devo procurar um especialista?
Uma postura ligeiramente curvada ou outras variações posturais podem ser observadas em crianças. No entanto, curvaturas acentuadas da coluna (escoliose ou cifose), ombros ou quadris desalinhados devem ser avaliados por um ortopedista pediátrico, especialmente durante o estirão do crescimento na adolescência.
6. Lesões esportivas em crianças precisam de cuidados especiais?
Sim. O corpo em crescimento tem particularidades, e as lesões esportivas em crianças e adolescentes podem afetar as placas de crescimento, com potencial para causar problemas futuros. Uma avaliação especializada garante o diagnóstico correto e o tratamento adequado para um retorno seguro ao esporte.
7. Quando devo me preocupar com um “caroço” no osso ou na articulação do meu filho?
Qualquer caroço ou protuberância incomum em ossos ou articulações deve ser avaliado por um ortopedista pediátrico. Embora muitos sejam benignos (como cistos ou proeminências ósseas normais), é importante descartar outras causas, como tumores ou infecções.
8. O tratamento para pé torto congênito sempre envolve cirurgia?
Não necessariamente. O método de Ponseti, que consiste em manipulações suaves e aplicação de gessos seriados, seguido do uso de uma órtese, é o tratamento inicial de escolha e evita a cirurgia extensa na maioria dos casos. Uma pequena cirurgia minimamente invasiva (tenotomia do tendão de Aquiles) é frequentemente necessária.
9. Meu filho tem diferença no comprimento das pernas. Isso tem tratamento?
Sim, a discrepância no comprimento dos membros pode ter diversas causas e diferentes opções de tratamento, dependendo da magnitude da diferença e da idade da criança. As opções variam desde o uso de palmilhas até procedimentos cirúrgicos de alongamento ou epifisiodese (para controlar o crescimento do membro mais longo).
10. A telemedicina pode ser útil para avaliar problemas ortopédicos em crianças?
Em alguns casos, sim. A telemedicina pode ser útil para triagem inicial, acompanhamento de condições leves, discussão de resultados de exames e orientações sobre o uso de órteses. No entanto, um exame físico presencial completo ainda é essencial para o diagnóstico preciso de muitas condições ortopédicas.
Espero que estas respostas tenham sido úteis para vocês. Lembrem-se que cada criança é única, e a avaliação individualizada é sempre a melhor forma de obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.
Se você tem alguma preocupação com a saúde musculoesquelética do seu filho, não hesite em agendar uma consulta para que eu possa avaliar a situação e oferecer a melhor orientação.
