Alongamento Ósseo e Reconstrução Osteoarticular para crianças

Olá, pais! Sou o Dr. Marcus Tiago Gnata, ortopedista pediátrico, e hoje quero conversar com vocês sobre dois tipos de procedimentos cirúrgicos que, embora distintos, têm o objetivo comum de melhorar a saúde musculoesquelética dos seus filhos: o alongamento ósseo e a reconstrução osteoarticular. Entender quando e como utilizamos cada um deles pode ajudar a esclarecer dúvidas e trazer mais confiança no plano de tratamento.

Na ortopedia pediátrica, lidamos com uma variedade de condições, desde diferenças no comprimento dos membros até deformidades complexas causadas por fatores congênitos, traumas ou doenças. Em algumas dessas situações, o alongamento ósseo ou a reconstrução osteoarticular podem ser as melhores opções para garantir um desenvolvimento saudável e uma melhor qualidade de vida para seus filhos.

Alongamento ósseo: quando precisamos “crescer” um osso

O alongamento ósseo é um procedimento cirúrgico delicado que visa aumentar o comprimento de um osso específico. Em crianças, geralmente consideramos essa opção em casos de:

Discrepância significativa no comprimento dos membros: Seja entre as pernas ou entre os braços, uma diferença acentuada pode afetar a marcha, a postura e o desenvolvimento geral.

Deformidades complexas com encurtamento: Em algumas deformidades angulares ou rotacionais graves, o alongamento gradual do osso pode ser necessário para alcançar um alinhamento adequado.

Certas formas de nanismo: Em alguns tipos de baixa estatura, o alongamento ósseo pode ser uma opção para aumentar a altura.

Como funciona o alongamento ósseo em crianças?

O procedimento envolve uma pequena cirurgia para cortar o osso (osteotomia). Em seguida, um fixador externo é aplicado ao membro da criança. Esse dispositivo, composto por anéis ou hastes conectados ao osso por pinos, permite um alongamento gradual e controlado do osso ao longo do tempo.

Após um período inicial de recuperação, iniciamos a fase de distração, onde o fixador é ajustado diariamente, separando lentamente as extremidades ósseas. O corpo, de forma natural, preenche essa lacuna com novo osso. Esse processo pode durar várias semanas ou meses, dependendo do comprimento que precisamos ganhar. Durante todo esse tempo, acompanhamos de perto a criança e orientamos vocês sobre os cuidados com o fixador. Uma vez que o comprimento desejado é atingido, o fixador permanece por mais algumas semanas para permitir que o novo osso se fortaleça.

Reconstrução osteoarticular: restaurando a forma e a função de ossos e articulações

A reconstrução osteoarticular, por outro lado, é um conjunto de procedimentos cirúrgicos que têm como objetivo restaurar a forma, o alinhamento e a função de ossos e articulações que foram danificados ou que se desenvolveram de forma anormal. Em crianças, podemos considerar a reconstrução em situações como:

Sequelas de fraturas complexas: Quando uma fratura não cicatriza corretamente ou causa deformidades que afetam a função.

Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ) diagnosticada tardiamente ou com complicações: A cirurgia pode ser necessária para realinhar o quadril e garantir uma articulação estável.

Deformidades congênitas complexas: Como certas malformações nos pés ou nas mãos que exigem correção cirúrgica para melhorar a função.

Lesões ligamentares ou tendinosas graves: Em crianças e adolescentes ativos, lesões complexas podem necessitar de reconstrução cirúrgica para restaurar a estabilidade articular.

Como funciona a reconstrução osteoarticular em crianças?

As técnicas cirúrgicas utilizadas na reconstrução osteoarticular variam muito, dependendo da condição específica da criança. Podem incluir:

Osteotomias: Cortes precisos nos ossos para corrigir desalinhamentos.

Artrodese: Fusão de ossos para estabilizar uma articulação dolorosa ou instável.

Reconstrução ligamentar ou tendinosa: Utilização de enxertos para reparar ligamentos ou tendões rompidos.

Correção de deformidades: Procedimentos para realinhar ossos e articulações, como na correção cirúrgica do pé torto congênito em casos mais complexos.

Quando optamos por cada procedimento para seu filho?

A decisão entre o alongamento ósseo e a reconstrução osteoarticular é sempre individualizada e tomada após uma avaliação completa do seu filho. Consideramos fatores como a idade, a causa da condição, a gravidade da deformidade ou da discrepância, o potencial de crescimento e os objetivos funcionais.

O alongamento ósseo é especificamente indicado para aumentar o comprimento de um osso, enquanto a reconstrução osteoarticular visa corrigir a forma e restaurar a função de ossos e articulações. Em alguns casos complexos, podemos até combinar elementos de ambas as técnicas para alcançar o melhor resultado possível para o seu filho.

Se você tem alguma preocupação com o desenvolvimento musculoesquelético do seu filho, notou alguma diferença no comprimento dos membros, deformidade ou limitação funcional, agendar uma consulta comigo é o primeiro passo para entendermos a situação e explorarmos as opções de tratamento mais adequadas.

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Não trabalho com convênios

Dr. Marcus Tiago Gnata Ortopedista Infantil

Meu objetivo é garantir que seus filhos (crianças e adolescentes de 0 a 18 anos) tenham um desenvolvimento saudável, com ossos, músculos e articulações funcionando da melhor forma possível

Dr. Marcus Tiago Gnata

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